15 / 16 junho
Centro Empresarial Antiga Fábrica Dunil  R. do Barão de Nova Sintra 433, Porto
O festival de artes performativas Extemporânea, organizado pelo balleteatro, é um projeto de curadoria colaborativa entre Flávio Rodrigues, Isabel Barros, Jorge Gonçalves e Né Barros, que consiste no desenvolvimento de um programa de performances e/ou instalações performativas, a decorrer durante dois dias e com uma periodicidade anual, em que os artistas são convocados a articularem as suas práticas artísticas com a conjuntura social, económica e política, inerentes ao local de cada edição. A conceptualização do programa Extemporânea propõe uma expansão das noções de coreografia e de performatividade, a diferentes contextos sociais e geográficos na cidade do Porto. Com um pensamento crítico e discursivo, convidamos artistas a experimentarem diferentes formatos de apresentação e modos de recepção da audiência, no que concerne à experiência espácio-temporal e ao espectro de possibilidades entre a participação e a contemplação do próprio público.A segunda edição de Extemporânea decorre nos dias 15 e 16 de Junho de 2024 e desdobra-se num programa de performances, concertos e audio walks, concebidos especificamente para o Centro Empresarial da antiga fábrica Dunil. Este complexo industrial, lugar de uma importante fábrica de camisas do século XX, apresenta-se atualmente reabilitado mas mantém uma série de elementos e marcas da sua história. A temporalidade suspensa, e em simultâneo, a sua abertura a novas atividades fabris, abre este espaço a diferentes dimensões, entre o que foi e o que aí vem, o que permanece e o que desaparece. A tipologia destes espaços industriais, que adquirem novas funções, mantendo a anterior disposição arquitectónica, evidenciam a tensão entre os diferentes estratos da memória, colocando-nos diante de um espectro das mecânicas imateriais das relações de esforço do corpo consigo próprio, com os objetos, máquinas, entidades concretas e abstratas. Como espaço liminar, ocupamos provisoriamente a antiga fábrica Dunil, com propostas artísticas que equacionam uma série de modos de ativação e escuta performativa, que se posicionam entre a imaginação arqueológica do passado e a projeção de futuros visionários.